Artigo: Escolhas conscientes e inteligentes para usar melhor o seu dinheiro!

O tema da sustentabilidade e da importância de fazermos escolhas mais conscientes tem sido cada vez mais constante no nosso dia a dia. Normalmente, vem ligado a questões ambientais e acredito que ainda haja uma sensação de que tudo que é sustentável é caro, sendo inacessível para a maior parte das pessoas.

Ver este tema ser tratado como algo inacessível me incomodava, pois o conceito que aprendi de sustentabilidade tem como base o tripé: ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável.

Assim como eu fazia, você deve estar se perguntando: como posso consumir de forma consciente? O que tenho observado é que o consumo de produtos e serviços muitas vezes acontece de modo automático e impulsivo, sem perceber o impacto que isso tem. Segundo o Instituto Akatu, é importante que o consumidor perceba o poder que tem ao fazer suas escolhas cotidianas, que influenciam na vida de muita gente.

Infelizmente recebemos “ordens” para consumir o tempo inteiro (até mesmo o que não precisamos): “Compre já”; “Últimas unidades”; “Ofertas especiais para você”; “Mega promoção”; “Sucesso de vendas”; e aí não resistimos e vamos no efeito manada.

O Instituto Akatu dá algumas dicas de perguntas do consumo consciente: Por que comprar? O que comprar? Como comprar? De quem comprar? Como usar? Como descartar?

Estas perguntas são fundamentais no momento de fazer uma compra, pois ajuda a controlar o impulso e a fazer escolhas mais inteligentes. Pensar no ciclo que o produto fez até chegar a você pode ajudar na decisão de compra. Você sabia que muitas coisas que compramos sem necessidade serão descartadas e irão ficar por séculos poluindo o meio ambiente?

Pensando neste conceito, resolvi abordar este assunto em duas lives muito bacanas para mostrar para as pessoas que é possível sim consumir de forma consciente, com base neste tripé: ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável.

As lives foram baseadas no tema “Escolhas conscientes e inteligentes para usar melhor o seu dinheiro”, onde falamos sobre o uso dos recursos financeiros de forma mais sustentável de diversas maneiras: seja para a chegada de um bebê ou para o consumo de roupas e acessórios, mas que pode ser aplicada em diversas situações da vida cotidiana. Os vídeos estão disponíveis no Instagram e no canal do Youtube da Moneta.

O tema da primeira live foi o consumo de itens de maternidade e de bebê até três anos. Você já parou para pensar que nesta fase tudo é usado por um período muito curto? Além disso, normalmente, são itens relativamente caros pela necessidade de serem seguros e com produtos que não coloquem em risco o bebê. Então, se vamos usar o item só por algumas semanas, por que não alugar ao invés de comprar?

Nós fizemos alguns cálculos usando como referência o aluguel de itens pelo site “O Baú do Bebê”. Verificamos que em dois anos os pais podem economizar cerca de R$5.000,00 alugando ao invés de comprar itens diversos, como brinquedos, carrinhos e bercinhos para serem usados em viagem, por exemplo. Se você investir esse valor que economizou e manter o hábito de poupar R$100,00 por mês para o futuro do seu filho (a), aplicando o dinheiro por 25 anos no Tesouro Direto IPCA+ 2045, no ano do resgate você terá líquido o valor de R$88.125,46 (simulação de investimento real feita no aplicativo do Tesouro Direto)¹. Esta é uma excelente reserva, que pode ser usada, por exemplo, para custear estudos, o sonho da casa própria, intercâmbio ou outras experiências para os filhos.

Quando estudei sobre o aluguel de itens para bebê e maternidade, fiquei pensando: por que não tinha isso quando meus filhos eram pequenos? O que eu posso fazer para levar este conteúdo para quem tem filhos pequenos ou está se planejando para ter?

É muito legal saber que você pode ter acesso a produtos muito bacanas e seguros a um custo menor do que comprá-los, além da praticidade do item ser retirado na sua casa após o uso e não ficar “entulhado” até ter um destino. Além disso, é super prático e confortável, pois no aluguel você recebe tudo limpo, higienizado, com manutenção em ordem e não precisa se preocupar com estas coisas em um momento que já temos tantos compromissos e preocupações.

Na segunda live que fizemos sobre o tema, falamos sobre as práticas de reuso para roupas e acessórios, mas o conceito pode ser aplicado em diversas outras compras que fazemos. No bate papo conversei com a Edilene Ribeiro da “re_stilo.brecho” sobre como usar o dinheiro de forma consciente, aplicando práticas de reuso para esse consumo e como essas iniciativas podem ajudar o seu futuro e o futuro do planeta.

Sim, moda tem tudo a ver com sustentabilidade, pois é um setor que movimenta bilhões por ano e faz um intensivo uso de recursos naturais finitos, ou seja, que podem esgotar. Você sabia que para fazer uma calça jeans, por exemplo, são usados de 4.000 a 10.000 litros de água? Além disso, a indústria do algodão é uma das que mais usam pesticidas e agrotóxicos, poluindo rios e gerando problemas sérios de saúde para os trabalhadores destas lavouras.

A indústria têxtil tem um sério problema com uso de mão de obra escrava e de trabalho infantil, como já noticiado pela mídia. Ou seja, nós, ao consumirmos de forma desenfreada, estamos contribuindo com estas situações. Para manter nossa necessidade de consumo, as fast fashion (grandes lojas de vestuário) lançam 52 coleções novas por ano, ou seja, uma por semana. Tudo para manter nosso desejo de comprar, para passar a sensação que não estamos mais na moda .

Falando da parte de finanças, dados da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares). que é realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)indicam que as famílias usam pelo menos 15% da sua renda com compras de vestuário (roupas, sapatos, tênis, acessórios, bolsas). Uma outra pesquisa mostra que 40% das pessoas que foram entrevistadas tinham peças de roupas que nunca foram usadas ou foram usadas uma única vez. Isso é dinheiro jogado fora!

Inconformada com estas informações, resolvi pesquisar mais sobre o assunto e percebi o quanto o reuso é uma excelente opção para usar nosso dinheiro de forma inteligente (e consciente). Foi muito bacana conversar com a Edilene da @re_stillo_brechó sobre este assunto e descobrir as infinitas possibilidades que temos para usar melhor nosso rico dinheirinho para o que realmente importa. A Edilene ficou um ano sem comprar roupas, sapatos e acessórios e isso mudou a relação dela com o consumo (além de ter sido o pontapé para o empreendedorismo através do brechó).

Muitas pessoas têm buscado outras formas de se relacionar com o consumo de vestuários, seja pela questão financeira (para ajustar o orçamento), sejam por questões ambientais. Então, por que não unir as duas coisas?

Veja bem esse simples exemplo: considerando que uma pessoa possa poupar o valor de R$130,00 por mês aplicando o conceito de reuso na sua rotina de consumo para vestuário, em 15 anos ela terá o valor total de R$36.296,30 se aplicar o dinheiro em Tesouro Direto IPCA +2035. Se aumentar para uma poupança de R$250,00 ao mês, o valor sobe para R$69.781,88 (simulação de investimento real feita no aplicativo do Tesouro Direto)¹.

Cada vez que leio e penso mais sobre o assunto, percebo as vantagens adicionais que o consumo consciente traz:

1. O comportamento dos pais se refletirá nas escolhas futuras dos filhos, ou seja, percebendo como fazemos escolhas conscientes e inteligentes estamos sendo o exemplo que eles precisam;
2. É possível aplicar este consumo de escolhas inteligentes para várias outras áreas da sua vida e para todas as suas decisões de compras;
3. Você adquire mais foco e fica menos suscetível às influências externas (redes sociais e propagandas, por exemplo);
4. Você vive melhor e com dinheiro! O que acho muito legal da questão do reuso de vestuário é que você pode ganhar: comprando mais barato em brechós e vendendo ou permutando o que você já tem e não usa ou não quer mais. É uma relação de total ganha-ganha! Você também pode abrir o seu próprio brechó e fazer disso uma fonte alternativa de renda.

No Instagram da @re_stilo.brecho tem dicas incríveis de looks que mostra que com poucas peças, dá para fazer combinações muito legais. Você também pode pesquisar na internet sobre armário cápsula, desafio 333, minimalismo, guarda-roupa compartilhado e outras técnicas para melhorar seu armário gastando menos e gerando uma grana extra para os seus projetos e seus sonhos.

Outra ideia também é fazer grupo de trocas de peças com as amigas ou com as primas. Eu fui criada no interior de Minas Gerais e tinha uma condição de vida super restrita para vestuário, então usar ou trocar roupas com as amigas e primas sempre funcionou.

Além de contribuir com o seu bolso e o seu futuro, o consumo consciente também favorece o meio ambiente e a sustentabilidade do planeta: ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. Pense nisso!

Sempre é possível encontrar novas forma de viver bem e com dinheiro, e ainda proteger o meio ambiente!

Janaine Pimentel - Moneta Consultoria e Treinamento

Notas: ¹ Anualmente o valor do investimento mensal deverá ser corrigido pela inflação para manter o poder de compra do valor no futuro, quando for feito o resgate. Por exemplo, se você começar a investir agora R$ 100,00 por mês para o futuro daqui a um ano você deverá ajustar o valor do investimento mensal pela inflação do período. Se a inflação tiver sido de 5%, você deverá ajustar o valor do investimento mensal para R$ 105,00. Um ano depois você deverá fazer o mesmo: verificar a inflação do período e ajustar o valor do investimento mensal e assim sucessivamente. Simulação feita em agosto/2020.