Artigo: Liberação emergencial do FGTS: vale a pena sacar?

Nesta segunda-feira, 29 de junho, será liberado o saque emergencial de até R$ 1.045 do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), tanto para contas ativas (do atual emprego) quanto para contas inativas (de empregos anteriores). Você já verificou se terá direito ao saque e saldo disponível no FGTS? Se tiver direito, já sabe o que vai fazer com este valor?

Bom, para começar esta conversa, que tal resgatarmos o conceito do FGTS? Este fundo foi criado em 1966 e tem como objetivo criar uma reserva de emergência para proteger o trabalhador demitido sem justa causa. No início de cada mês os empregadores depositam em nome dos empregados o valor correspondente a 8% do salário de cada funcionário. Ou seja, com 8% do salário depositado mensalmente mais o depósito sobre o décimo terceiro salário, anualmente a empresa irá depositar o equivalente a um salário do trabalhador em sua conta junto ao FGTS.

O FGTS pode ser acessado pelo trabalhador em várias situações. As mais conhecidas são para aquisição ou amortização da casa própria ou em caso de demissão sem justa causa. Mas você sabia que em situações emergenciais, como em caso de doenças graves ou em situações de calamidade, como a pandemia relacionada ao Covid-19, o trabalhador pode acessar este recurso total ou parcialmente? É exatamente esta a situação que estamos vivendo agora e é por isso que temos visto tantas notícias na mídia falando sobre o assunto. No site da Caixa Econômica Federal você pode consultar as condições para acessar este saque em condição emergencial, bem como o calendário de crédito do valor, conforme o mês de nascimento. Saiba mais aqui.

Neste artigo vamos abordar sobre a importância de entender o FGTS como uma reserva de emergência e como cada um deve avaliar as orientações sobre fazer bom uso deste valor que foi liberado.

Caso você tenha perdido renda e, mesmo reorganizando o orçamento, não foi possível fazer frente aos seus compromissos financeiros, vale a pena usar o recurso para pagar contas que estejam vencidas, quitar o cheque especial ou cartão de crédito, por exemplo. Ainda assim é fundamental revisar o orçamento doméstico e buscar adequá-lo à sua nova realidade de renda.

Caso suas contas estejam em ordem, avalie se vale a pena fazer o saque do valor de R$ 1.045,00. Atualmente o FGTS remunera os recursos que você tem depositado em 3% ao ano. Com uma taxa da poupança a 1,57% ao ano e a SELIC atual de 2,25% ao ano, manter o recurso no FGTS parece ser uma boa opção.

Caso você tenha um perfil mais arrojado de investidor e entenda que vale a pena sacar o recurso e investir em um negócio próprio ou para investir em ações, por exemplo, no médio a longo prazo, também pode ser uma ótima opção.

O mais importante agora é não ir no embalo e fazer o saque imediato só porque está disponível. Vejo muitas pessoas gastando este valor sem uma finalidade correta, se esquecendo que está é uma importante reserva de emergência, e depois acaba ficando em apuros em situações que realmente precisaria.

Em resumo, tenha o FGTS como um importante aliado na sua organização financeira e entenda que se trata de um fundo de emergência. Acessar este recurso a toda “oportunidade” que surge para pagar contas, pois o seu orçamento não está organizado, não é bacana. Aproveite esta reflexão para repensar a importância deste direito trabalhista e busque formas de mantê-lo à sua disposição somente para situação emergencial. Ah, já que a empresa faz uma reserva de 8% do seu salário mensalmente para o seu futuro, você já pensou em fazer o mesmo? É isso: te desafio a revisar o seu orçamento e encontrar formas de economizar que te permitam aumentar sua reserva financeira mensal e garantir o seu futuro.

Espero que este artigo tenha te ajudado a ampliar sua percepção sobre FGTS, fundo de emergência e organização do orçamento.

Lembre-se: sempre é possível encontrar novas forma de viver bem e com dinheiro!

Janaine Pimentel - Moneta Consultoria e Treinamentos